segunda-feira, 6 de junho de 2011

As flores...

Veio da virtual imensidão
Como quem sai dum sonho ao acordar.
Ofereceu-me a face, para a beijar,
Com o rubor feliz duma emoção.
Convidei-a prá minha refeição.
E as velas sobre a mesa do jantar
Brilhavam no azul do seu olhar
Como estrelas no Céu duma ilusão.
O que comemos? Sei lá se comemos,
Que em profundos olhares nos perdemos
Como quem enlouquece a pouco e pouco.
Nem sei sequer se lhe falei de amor
Nesse meu derradeiro esplendor:
Última lucidez de quem está louco.

***

(Cândido Felisteu)

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